terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Chegando na Califórnia

29/06/2010 - HORA DE EMBARCAR

Este dia em especial quero esquecer. Olhar para trás e ver minha filha chorando e implorando para que eu ficasse... Melhor não entrar nesse detalhe pois foi doloroso demais.

Chegando na Califórnia:

Depois de horas apesar de exausta, estava eufórica e louca pela minha primeira avaliação no “PROJECT”.

Desde o início, eu sabia que não voltaria de lá caminhando, mas esperava que alguma coisa diferente acontecesse.

Sei lá! Conhecer novos casos, entender o método que eles usavam para reabilitação, falar com outros especialistas. 

No primeiro dia, passei por uma avaliação. Confesso que nada muito diferente que um fisioterapeuta da área aqui na Brasil faz: várias perguntas, relatos do que fazia, sentia, mexia etc...

Detalhe: tudo com americanos que nada de português falavam. E então entrava a "tradução simultânea Rafa". 

Após isso ficou definido 3 horas diárias durante os 40 dias que ficaríamos lá. 

Logo no inicio eles setaram nossa expectativa: 40 dias é pouco  para resultados mais expressivos. O ideal seria 6 meses. 

Não tínhamos este tempo. Mas alguma coisa a gente iria aprender. Até mesmo para implementar nas minhas fisios aqui no Brasil. 

Confesso que vários momentos eu o Rafa no decorrer dos dias e percorrendo as ruas de Carlbad, cidade onde ficamos, pensamos que morar nos EUA na situação em que me encontrava seria o paraíso.

Nos EUA você tem acesso em todos os lugares dos maiores aos menores, ruas largas e planas, rampas em todas esquinas, banheiro em qualquer boteco. Você cruza a cada esquina com pessoas de cadeira de rodas, pois é fácil “andar” na cadeira, sem medo de cair de cara no chão, até me arrisquei algumas vezes descer sozinha do apartamento que estavamos e ficava na boa. Dava uma volta na rua sozinha, pergunta se faço isso aqui no Brasil??? NEM PENSAR.

Os dias foram passando... A saudade da Luana cortava nosso coração! A gente falava com ela todos os dias, mais de 1 vez, assim amenizava e sempre que falávamos contava alguma novidade e alguns ganhos que vinha tendo de equilíbrio, força e claro sempre dizia para ela que comprariamos presente. Isso deixava ela muito feliz, quem não gosta de ganhar presentes?

Os dias passavam e o cronograma ficou o seguinte: de 2ª a 5ª, 3 horas a tarde e 6ª, 3 horas pela manhã. Finais de semana livre e confesso que aproveitamos muito, conhecemos quase toda costa da Califórnia. Linda por sinal! Fomos a L.A, San Francisco e aproveitamos para visitar a Vania, minha querida amiga que mora lá, ficamos com ela um final de semana e claro várias passadas em outlet. Se o paraíso existe se chama outlet.

Conheci uma brasileira, a Dani, que lá ficaria um ano. Lesão medular completa lombar, paraplégica, assalto no Rio de Janeiro, tiro nas costas. Muito querida e parceira. Fizemos algumas coisas juntas e até hoje nos falamos. Conheci outras pessoas no centro, todas muito especiais e na busca de um mesmo propósito.

Durante o tratamento que era muito puxado, nada era poupado, braços, pernas, abdômen, tudo em grande esforço. Afinal precisamos de todas partes de nosso corpo para nos manter em pé e caminhar. No decorrer do tempo fomos observando os tipos de exercícios que eles usavam e era tudo muito repetitivo. Claro, precisamos mandar milhares de vez aquelas informações para nossos músculos da cabeça aos pés, até que eles acordem. 

Vi coisas que até confesso: meu problema ficou pequeno, afinal estava em um centro de reabilitação somente para pessoas com deficiência e acreditem! Eu era uma das melhores. Os 45 dias passaram e tive alguns ganhos de abdômen e equilíbrio.

Voltamos para o Brasil e a saudade  da Luana não cabia mais no peito! Quando a vi no aeroporto foi melhor que a sensação de caminhar!!! 

Estava com a alma renovada pois os meses anteriores haviam sido muito delicados e precisava sair... fugir! 

Depois descobri que tudo não se passava de fuga. 

De volta pra casa!!!!!

2 comentários:

  1. guria não entendia as datas se a festa foi 2010 como a viajem foi 26 do 06 de 2009

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  2. E aí gremista! Li tua História no blog e achei super interessante! A vida ás vezes é estranha né? Mas o índio véio lá de cima "toma tento dos acontecimento" e, mesmo sem te conhecer, te admiro muito por tua força de vontade, tua garra e determinação!
    Não te Mixa china véia!!! Força na peruca, boa sorte, um abraço, muitas positive vibrations e um suuper beijo pra ti!
    Fique bem ;)
    Rafael Preuss
    Colorado de Esteio-RS

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